domingo, 12 de setembro de 2010

Do you know that wishes can become reality? Are you scared?

  
  Eu te conto os meus sonhos e desejos. Você não fala nada, só me ouve. Na verdade, você só faz uma cara de não estar gostando do que está ouvindo. Eu termino e você não fala nada. Ás vezes me abraça, outras vezes muda de assunto como se não estivessemos falando de nada importante.
  Já pensei sobre isso antes. Eu sei o que te incomoda. Você sente medo. Sente medo pelo o que eu estou pedindo se torne realidade. Porque você não esta incluindo nos meus planos. E você sabe que se eu entrar naquele avião, carro, ou ônibus com dois estados de distância pode significar o fim, porque quando eu falo que me mudaria eu falo sério. Você tem medo de me perder, eu sei. Porém você nunca pediu para eu ficar, você nunca disse que me impediria.
  Talvez eu nunca tenha te dito, mas... eu queria isso antes de te conhecer. Talvez eu tenha mudado e consequente o que eu quero.

“Ele vai ter medo de que um dia ela vá mudar, que aprenda a esquecer sua velha paixão. Mas evita ir até o telefone, para conversar, pois é muito tarde pra ligar.Tem pensado nela, estava com saudade.
Ela vai mudar, vai gostar de coisas que ele nunca imaginou. Vai ficar feliz de ver que ele também mudou, pelo jeito não descarta uma nova paixão. Mas espera que ele ligue a qualquer hora, só pra conversar e perguntar se é tarde pra ligar, dizer que pensou nela, estava com saudade.
É sempre amor, mesmo que mude.
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou.”

sábado, 11 de setembro de 2010

I've been changing

  
  Já passei tanto tempo pensando em como daqui a poucos meses tudo o que eu conheço pode mudar.. Mas se pensarmos bem, sempre estamos em constante mudanças, certo?
  Eu já, com certeza, não sou a mesma que fui no começo do ano, nem o que fui há três meses atrás. Sou a acumulações de experiências em todos os ano vividos, por isso nenhum momento pode ser ignorado. Sou a combinação de sentimentos, por isso mesmo o pior deles é relevante.
  Para falar a verdade, acho que o problema não é mudar, ou ser mudado pelas circunstâcias. Acredito que seja o medo de crescer e ir em direção ao futuro, sem nem pensar nem saber o que irei encontrar.
  Por exemplo, em todo o nosso trajeto nós tivemos que escolher para onde seguir, certo? Eu não me vejo numa encruzilhada agora, eu me vejo numa estrada, a qual não tem continuação, numa ponte quebrada, e existem dois caminhos: pular para chegar até o outro lado, ou voltar por onde veio. 
  
  A questão é: estou preparada para dar um salto tão grande?

I have been changed with the seasons, or rather with each sunset.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Tell me what you know about dreams

  Eu tinha acabado de sair da aula. Sai correndo pelas escadas para ver que ele me esperava lá embaixo. Sim, ele estava lá, como previsto. Porque agora ele sempre vinha na saída da minha aula na faculdade. Não passávamos muito mais tempo juntos, assim tentávamos arrumar o máximo possível.
  Ele estava sentado no banco perto da cantina, meio afastado. Isso não era normal, ele sempre estava conversando com os outros caras. Cheguei mais perto e ele tava meio serio. Sentei em seu colo e o beijei.
  -Oi – sorri.
  -Oi – ele continuava serio e olhava em direção a cantina, mas sem olhar nada em especial.
  -Que foi? – não gostava dele serio, e a sua expressão era preocupada.
  -Nada – ele respondeu e nada mudou.
  Eu deixei por um tempo para lá. Olhei para frente onde tinha um vidro em que eu conseguia ver o nosso reflexo. Sim, eu gostava de mim junto dele.
  -Hmm, ok. Vamos indo? – ele se levantou, segurou minha mão. Caminhamos por um curto período, onde chegamos até os armários. Aquele silencio estava me incomodando.
  -Não vai me contar mesmo o que aconteceu? – ele olhou para os meus olhos, pela a primeira fez desde então. Ele parou de caminhar, e me encostou junto à parede, ele de frente para mim.
  -O problema é que... – ele fez uma pausa para pensar em como falar -.. Aqueles caras lá atrás estavam falando de você..
  -De mim?
 -Hmm, é. Mas isso é meio irrelevante. É só que eu não gostei e... – Eu não o deixei terminar, eu sabia que ele se preocupava comigo e tudo mais, afinal protetor tinha algo a ver com o seu nome, não é? Eu o beijei, e depois levei meus lábios até sua orelha.
 -Hey, eu te amo. – Depois me afastei para ver a sua cara. Eu nunca tinha dito as três palavras para ele, até agora. A compreensão das palavras chegaram lentamente até seus olhos, onde eu vi que um esboço de um sorriso e toda sua preocupação (ou parte dela) indo embora. Ele me abraçou forte e repetiu o que eu disse.


You have my heart in your hands, you have my heart so don't, don't let it go. ♪


domingo, 23 de maio de 2010

And how do we say our goodbyes?

  Ele andou até o carro, virou-se para ela, fez um movimento com a mão, fechou a porta do carro e partiu. Nem se quer olhou para trás, nem se quer percebeu as lágrimas rolando pelo rosto dela..

  Despedidas. Confesso que despedidas são uma das coisas da qual eu mais tenho.. medo. Nunca soube o que falaar ou como agir. Despedidas são dolorosas, são tristes, são desgastantes, são.. despedidas.
  O que você diria para uma pessoa, que assim que ouvir o que tem para dizer, viraria as costas e sairia andando para o lado oposto do seu? Pior ainda, o que você diria para alguém que logo depois de se despedirem, nunca mais se veriam? Deveria chorar ou rir? Deveria apenas dizer adeus? E.. porque isso tem que ser tão dificil? Não que tenha um 'manual de intruções' para tal ocasião, o que nao tornaria nada mais fácil, só programado, ensaiado.
  Os havaianos, por exemplo, dizem aloha. Mas o significado de tal palavra é 'oi' e 'tchau', como se inconscientemente eles nunca se despedissem, como se, por mais que estivesse na hora de seguir caminhos diferentes, eles dissessem 'oi, até logo' ou 'até daqui a pouco, onde nossos caminhos se cruzam novamente'. Uma perspectiva bem interessante, se quer saber.
  E uma carta? Você escreveria uma carta de despedida? Como se ela pudesse mudar tudo? Não sei se num pedaço de papel, com letras desenhadas, eu conseguiria expressar tudo o que eu sinto pela pessoa, e por sua partida. Porém, não é uma má idéia, para quem não sabe o que fazer.
  Apenas uma coisa eu sei que não diria: adeus. Para mim é como se essa palavra significasse que nunca mais verá tal pessoa, ou que nunca mais quer vê-la.
  

  Eu nunca  te deixarei para trás ou te tratarei com indelicadeza. Eu sei que você entende, e com uma lágrima no olho, te direi: "I see you soon, then".

quarta-feira, 19 de maio de 2010

What if.. ?

  Você já parou para pensar no passado? Quantas vezes? Você já ficou pensando no seu futuro ou até mesmo no presente, se ao invez de ter feito o que fez, e feito outra coisa ou tomado outra decisão, o seu presente não seria o que é hoje? - Eu sei, ficou um tanto confuso, mas... eu já pensei nisso. Inumeras vezes.
  Não é que eu acredite em destino ou que nós sejamos predestinamos a algo.. É só que, eu penso que tudo que já aconteceu foi por alguma razão. Eu penso que se um relacionamento acabou, é porque talvez ambos não estivessem preparados para lidar com a situação. E se um relacionamento acabou, nem sempre significa que o amor acabou, ou que necessariamente precise acabar de um jeito ruim, muito pelo contrário.
  Você nunca ouviu aquela frase "você levará um pedaço de mim com você, assim como tenho um pouco de você comigo" ? Pra mim, o que o autor quis dizer, ou o que significa quando as pessoas pronunciam, é que não importa se algo vai durar para sempre ou não, ou que vai durar duas semanas ou quatro anos.. o importante é o que você aprendeu com tudo isso, o que você amadureceu, o que irá levar consigo.
  Eu não sei responder se um amor dura uma vida, ou se uma amizade dura para sempre. Mas sei que as lembranças dos melhores ou piores dias da sua vida ficaram com você até o dia em que você não lembrará de mais nada.
  Não se surpreenda caso olhe para a lua, por exemplo, e se lembrar de quando estava falando com ele de que não importa em que lugar do mundo esteja, a lua sempre será menor que seu polegar.

domingo, 21 de março de 2010

Hide your face, so the world will never find you!

  Porque às vezes é mais fácil você falar das suas frustrações, medos, desejos e sonhos para uma pessoas que você não conhece, ao invés de contar para as que você conhece?
  Uma vez li, que não há motivos para mentir para um estranho, afinal ele te vê como você é. E já as pessoas com as quais você convive te vêem como você quer que elas te vejam.
  Será que isso significa que as pessoas usam mascaras para se esconder atrás delas? Muitas das pessoas usam, mas isso só mostra o quanto elas são fracas. Pois ao invés de mostrar quem realmente é, e assim conquistar amigos verdadeiros, simplesmente, com medo de ser julgado, molda mascara para que gostem de você.
  Contudo, de tantas vezes usar a tal máscara, ela começa a fazer parte de você, parte da sua personalidade. Então você não mais usa a mascara, você é ela.

  Cuidado, porque um dia essa máscara irá cair. Elas sempre caem. 
 Dica, deixe a sua máscara cair para a pessoa certa; para aquela que apesar de tudo te apoiará, e não para aquela em que te deixará muito mais vulnerável.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Where are you, now ?

  Tudo estava tão claro, tão nítido. Estava andando a procura de nada especifico, só andava. Quando me dei conta que você caminhava ao meu lado.
  Não que eu não tivesse percebido você lá, mas já estava acostumada que você estivesse sempre assim, ao meu lado.
  Além de você, ela e o G. estavam com a gente. Você segurava minha mão. E eu conversava com ela. Então, você me puxou para perto, para você. Eu não via seus olhos, só o seu sorrisso e escutava o que dizia. Nos beijamos rapidamente, mas seu beijo era doce e cauteloso.
  Continuamos a andar, agora, uns passos atras deles, mas com você sempre ao meu lado.
  
  Tudo escureceu. E quando abri meus olhos você já não estava mais lá. O seu lado da cama estava intacto, como se ninguém houvesse dormido. E ninguém dormira, só eu, que tive esse breve sonho.
  A lucidez chegava até mim lentamente, e assim me lembrava da briga que tivemos. Eu fiquei confusa, o que queria de mim? 
  A chuva cai lá fora, e não sei onde você pode estar. Não desista de mim, não irei te decepcionar. Venha até mim e diga que pertencemos um ao outro.
  Será que não entendeu que eu preciso de você aqui, do meu lado? Você é a minha sobrevivência, você é a minha prova que o amor existe.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

It's all about you

  No fim, ela nem precisou dizer com todas as palavras, enquanto falava eu ligava os pontos, e percebia o quanto isso doia nela. 
  Eu, tenho que confessar, que algo em mim dizia que nada estava bem, que algo acontecia dentro da mascara que ela erguia. Mas como sempre, não a forçaria a dizer nada, ela teria que estar pronta para me dizer.
  Todos em casa dormiam, só eu que não. Eu estava no banheiro, pois meu celular estava carregando lá e eu precisava saber o que acontecia, eu precisava ler suas mensagens..
  Não me importei com o fato de ela não ter dito pessoalmente, pois sabia da tamanha vergonha que carregava consigo mesma. Para mim, pouco importava o modo que ela  dissesse, contanto que ela abrisse seu coração e deixasse sair todas as dores, estava ótimo. Mas me senti realmente mal pelo fato de eu não estar do seu lado, para abraçá-la, reconfortá-la, acalmar suas lágrimas e dizer que tudo ficaria bem.
  Por mais que eu não soubesse se ficaria.. Não era uma mentira, ela sabia que não seria. Porque eu faria de tudo e mais um pouco para que tudo ficasse realmente bem. 
  Terminamos de nos falar, desejando uma boa noite, e bons sonhos para cada uma.  Fui para meu quarto. Ela disse que dormiria mais tranquila, pois tinha dito o que estava para dizer há muito tempo, e disse também que eu não conseguiria dormir.
  Ela estava certa, eu rolei na cama diversas vezes, pensando e repensado em muitas coisas. Minha mente está cheia. Derrubei uma única lágrima, por mais que ela tivesse dito para não chorar, pois não valia a pena. Nisso ela errava, ela valia a pena sim, valia a pena pessoas chorarem por ela, gritarem por ela, brigarem por ela, amarem ela.
  Ela é o tipo de garota que sempre pega as dores dos outros como as suas, mas não quer que os outros compartilhem da sua.
  Fecho os olhos, e o que me vem não é um sonho, é uma lembrança, uma conversa de msn. Um menino disse que nos via como uma só, como pedaços de uma mesma coisa. Ele disse que quando uma diz uma coisa a outra subconcientemente ou não, pensa ou concorda. 
  Quando li aquilo que ele tinha escrito, não posso negar que abri um sorrisso, pois nós eramos assim, ligadas por algum motivo, que nem sei como explicar. Mas depois, quando pensei, isso significava que somos dependentes uma da outra.. mas será que isso é uma coisa boa ?

  Com tudo isso, eu descobri uma coisa: Amor de amigo, quando é verdadeiro, é aquele que você ama acima de qualquer ato sem julgar, é quando você quer protegê-lo acima de tudo.. é quando você carrega suas dores para ele não sofrer sozinho.

  Então, fui dormir esperando chegar logo quinta para poder abraçar ela e dizer que tudo ficará bem. E que eu a amo!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Masquerade

  Já havia se passado um pouco mais de dois meses desde que eu tinha chego nessa cidade. E ainda não me acostumara, ainda não tinha entrado no ritmo.
  Era sexta-feira a tarde, e estava no meu quarto, sozinha. Pensava se iria ou não àquela festa. A festa era para comemorar o carnaval, mas de um jeito bem mais tradicional como há muitos anos em Veneza, com um baile de máscaras.
  Só estava cogitando em ir, pelo fato que que ele me pedira para ir. Sim, Felipe. Desde nossa primeira conversa, eu me apaixonara por ele, mas ele namorava - até um tempo atrás. Ele me dissera que terminara com ela, porque eles já não se entendiam mais, e ele começou a pensar se realmente valia a pena continuar a relação. Além de terminar com a Jéssica, ele mudara um pouco.. Ele cortou o cabelo. Digo, ele cortou mesmo o cabelo, não só as pontas como sempre, ele raspou. Se quer saber, acho que ele ficou melhor, agora conseguia ver seu rosto mais claramente.
  Levantei da cama em direção ao banheiro. Se queria mesmo ir, teria que me apressar se não me atrasaria para a festa. Decidi que iria com um vestido azul, que uma vez comprara para usar numa festa de um livro com minhas amigas. A máscara combinava com o vestido, comprei ontem numa loja perto da escola, para o caso de eu resolver ir.
  Cheguei no salão da escola, que estava todo decorado para a ocasião, meia hora depois de ter começado, e sem ter feito muita coisa no meu cabelo. Havia uma música ritmada, e corpos dançando no centro. Fiquei alguns minutos ali parada, hipnotizada com todo esse movimento, toda essa música, todos esses rostos mascarados, mas procurando apenas por um.
  - Estais perdida, princesa? - se não conhecesse tão bem essa voz, teria achado que era um idiota querendo aparecer.
  Me virei, e lá estava ele, bem na minha frente dentro de um traje social impecável, mas lindo que nunca.
  - Acho que estou perdida, - dei uma olhada ao redor - será que poderia me ajudar a achar o caminho de volta para o meu castelo, plebeu? - nós dois rimos, e nos olhamos. É, nenhuma máscara esconderia aqueles olhos de mim.
  - Me concede essa dança, antes de voltar para seu mundinho ? - Ele fez toda uma cena, parecendo um belo príncipe, me estendendo a mão, e eu a segurei aceitando o convite.
  Perdi a conta de quantas músicas dançamos, sussurrando um no ouvido do outro para que nossas vozes fossem ouvidas apesar da música. Dançamos até que anunciaram que a última música seria tocada.
  Ele me segurou mais perto de seu corpo, e colocou seus lábios perto de meu ouvido para dizer algo.
  - Queres saber o real motivo por eu ter terminado com a Jéssica? - não disse uma palavra, mas também não me afastei. - Porque desde que eu te vi pela primeira vez, ali sentada naquela sala de aula, nem se importando com os outros a volta.. Algo mexeu comigo. Não consigo parar de pensar em você, mesmo quando não estou pensando.
  Ele parou de dançar e tirou sua máscara, e assim que terminou, tirou a minha. Olhou dentro dos meus olhos, e disse:
  - Estou começando a gostar de você, Ana.. pra valer. - Então me puxou para perto e me beijou.

  É, acho que eu me precipitei achando que Porto Alegre não seria um bom lugar para morar.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

You can't forget it

  Não se esqueça do toque das minhas mãos nas suas. Nem por um momento me apague das suas lembranças. Apenas guarde na sua memória a minha presença. Não se esqueça de nossos beijos. Não se esqueça de nossos risos. Não se esqueça do jeito bobo que eu ficava quando eu te tinhas nas mãos, da minha falta de interesse e do meu jeito de falar bobagens. Não se esqueça nem mesmo das nossas brigas e discussões. Não se esqueça de mim, não se esqueça de nós.
  Porque eu não me esqueço do jeito como você tocava meu rosto, do jeito como sorria para mim, dos seus olhares que diziam mais do que qualquer palavra. Não esqueço do jeito como me abraçava, me guiava em meio a multidão, do seu tom de voz que me fazia perder o rumo, e não me esqueço de nossas maneiras de gostar um do outro. Porque mesmo que um dia nada disso volte, essas coisas foram únicas e intimas de um jeito que só a gente sabe, e eu não me permito esquecer.
  Por favor, não esqueça também, afinal, somos nós.

 ___
Acabei me inspirando nessa música e nesse tweet.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

School Sucks

  Segundo dia de aula numa escola nova. Pior que ontem não poderia ser.. Caras novas e estranhas. Professores novos e apresentações. Garotas arrogantes. Intervalo sozinha. Ligação da amiga. Mais apresentações. Garotos com nível médio de beleza. Repreensão por usar o celular na aula. Percebo a infantilidade dos garotos. Me sinto perdida no meio daquelas trinta pessoas. Quero voltar para casa. Não. Quero voltar para São Paulo.
  E aqui estou eu, sentada numa carteira bem no meio da sala. As meninas continuavam me olhando estranho; acredito que seja pelas minhas calças jeans surradas e meu all-star branco velho, as meninas daqui parecem ter saido de um desfile de moda; talvez também porque o meu jeito de falar, que não é igual ao dos gaúchos.
  Para falar a verdade, eu nem queria estar aqui. Não que eu não tenha gostado de Porto Alegre, nada disso, mas sinto falta de alguma coisa, alguém. Ah, como eu sinto falta dela. Cadê ela aqui para alegrar minhas manhãs e me dar um abraço quando preciso? Ah, sim, ela esta há mais de 300 kms daqui.
  Meu pai foi transferido para uma unidade daqui, minha mãe que já tinha parentes aqui perto, apoiou a idéia de virmos para cá. E como sempre, eu não opino nunca nessa familia.
  "Mas mããe, é meu último ano de colegial, porque eu tenho que ir?" Ela disse que tínhamos que apoiar meu pai. "Paaai, deixar eu ficar com a vó, não faça isso comigo.." Meu pai nem respondeu, já tinha começado a arrumar as coisas. No fim, resultou que eu iria de qualquer jeito, e desde então mal falo com meus pais.
  - Sr. Galvez, isso são horas de chegar? Estais atrasado sete minutos. Entre, mas que isso não se repita - será que era aluno novo? Se era, nem queria saber, todos daqui são tão.. chatos. Nem tirei os olhos do caderno para ver como era. 
  O único lugar que não estava ocupado era a carteira da minha frente, e ele se sentou nela. A professora continuou sua aula, e eu como ótima aluna em matemática, não precisei olha-la para saber que ela estava explicando funções circulares para a classe. Em determinado momento, percebi que ele se virou para traz e perguntou se eu tinha um lápis ou uma caneta para emprestar. Quanta irresponsabilidade, mas disse para mim mesma para ser gentil, ele não tinha nada a ver com os meus problemas.
  - Lápis eu não tenho, serve essa.. - Ele me olhava com curiosidade, como se eu fosse de outro planeta, acorda garoto sou só de SP. Mas, nem liguei para esse fato. Seus olhos me prenderam, seu cabelo ondulado até o ombro era um charme, e seus traços aparentavam ser um pouco mais velho que eu - ..caneta ?
  - Muito obrigado, esqueci meu estojo em casa - disse pegando a caneta. - A proposito, sou Felipe - estendeu-me a mão. - E tu es..
  - Er, Ana, Ana Paula - segurei sua mão. Ela era bem maior que a minha, e mais calorosa.
  - Nossa, que mão gelada, estais com frio? - Tirei minha mão pálida da sua, que tinha um tom acobreado. Devia ir a praia constantemente.
  - Ã? Ah, não, estou bem - forcei um sorriso e ele retribuiu.
 - Será que terei que chamar sua atenção de novo, Sr. Galvez? - Ele se virou imediatamente e começou a falar com a professora.
   É, e essa foi a primeira vez que eu não pensava em outra coisa a não ser em São Paulo.
  No fim, passei o resto do dia com ele. Falando e falando e rindo. Descobri que era repetente, por isso tinha traços de cara mais velho e porque a professora o conhecia e pegava tanto no seu pé. É, acho que me apaixonei pelo Felipe.. Amor a primeira vista? Não acredito nisso.. Só sei que algo aconteceu entre nós.
  Estávamos saindo, quando uma garota linda, loira de olhos azuis, mas com um aspecto um tanto arrogante e nojentinha, vinha em nossa direção. Não a reconheci, mas era o tipo de garota que seria minha "inimiga mortal".
  - Então Ana, essa é a minha namorada, Jéssica - NAMORADA? como assim, namorada? Aquela ali? - Jéssica, essa é uma amiga da minha sala.. - Ah tá agora eu era só a amiga. Sei, e o que foi ele chegando tão perto de mim? Porque senti sua mão na minha? Porque sinto o cheiro dele em mim? Será que foi tudo ilusão? Ou a minha imaginação ?
  Sorri forçadamente, disse mais algumas palavras e depois falei que tinha que ir, alguém estava me esperando. Mentira, é claro. Quem me esperava nessa fuck de cidade?
  E assim, voltei sozinha para casa, pelo caminho que ainda não me acostumara. Voltei para casa com a sensação de derrota. Sim, o segundo dia de aula foi pior do que o primeiro.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Escape

  - Bárbara, você vai descer para jantar? - a voz de sua mãe soou ao pé da escada.
  Babi estava escrevendo em seu diário quando ouviu. Ela levantou do sofá que ficava perto da janela, jogou o diário sem ver e andou com passos firmes até a porta.
  - Eu vou poder sair depois de comer ? Digo sair com ele? - Babi gritou do seu quarto.
  - Filha, nós já conversamos sobre isso e sabe também que..
  - Conversa ? Aquilo não foi e nunca será uma conversa, foi um monólogo ! E não quero saber de nada ! Só quero poder vê-lo - Babi bateu a porta do seu quarto, chaveou e ligou o som num volume que sabia que deixaria sua mãe transtornada.
  Como se sua mãe podia dizer agora quem ela podia ou não podia ver.. Isso nem parecia mais uma casa, era como uma prisão, só faltava as grades nas janelas. Ela ouviu um barulho que vinha da.. janela? Aquilo eram pedras ? Babi colocou a cabeça para fora, o que quase resultou numa pedrada no meio da testa.
  - Quem é o imbecil que quase acertou uma pedra em mim? - Gritou em plenos pulmões para que o estranho a ouvisse através da música que vinha do seu quarto.
  - É assim que você recepciona o seu salvador ? - Um garoto de cabelos escuros saia detrás de uma árvore com uma das sobrancelhas arqueadas.
  - O que você faz aqui ? Se.. - ah, como Babi odiava ser cortada no meio da frase, mas ela nem ligou dessa vez.
  - Não é obvio ? Vim te resgatar - agora ele estava bem embaixo de sua janela, e ela pensava se ele ouviu alguma parte da sua "conversa" com a mãe.
  - E como você espera fazer isso ? Quer que eu me jogue da janela do primeiro andar para os seu braços ?
  - Não confia nos meus músculos, Babi ? - Agora fora a vez dela de levantar a sobrancelha - Já que você insiste - disse revirando os olhos. - Tem uma escada do seu lado, eu a coloquei mas cedo, pressenti que isso aconteceria - e sorriu de um jeito triunfante, e ela ficou boquiaberta, e quando foi pedir explicações..  - Ande logo, Babi, não temos a noite toda, não que eu não quisesse, é claro. Mas sabe como é que é, terei que te trazer de volta antes que o pessoal sinta a sua falta.
  Então, Babi começou a descer a escada que estava, misteriosamente, ao lado de sua janela. Chegando nos últimos cinco degraus ela enroscou o pé e quase caiu. Só não caiu porque Carlos a segurara a tempo.
  - Ah, Babi, sempre desastrada.. - Agora que estava em seus braços, Babi nem ligou para as provocações, Se aconchegou dentro do casaco de couro dele e procurou seus lábios.
  - E então aonde iremos?
  - Depois decidimos, tenho uma coisa para te mostrar antes. Uma surpresa. - Eles andaram em direção a rua. Onde Babi avistou uma moto que deveria ser recém-comprada. - Isso é parte da surpresa.
  Uma vez ela dissera que sempre sonhou em andar de moto, mas não como motorista. E como Carlos tinha tirado a carta há algum tempo, resolveu dar esse presentinho à ela.
  - Para onde quer ir, moça ? - Disse de um jeito sedutor, o que não precisava muito para ser. Ele perguntou, mas a resposta dela não alteraria em nada os seus planos.
  - Para qualquer lugar, desde você esteja comigo - Babi deu um leve sorriso, e pegou o capacete que Carlos passara a ela.
  - Hm, então acho que conheço o lugar perfeito ! - E antes que Babi colocasse o capacete, ele a beijou. - Babi, esqueça todos esses problemas.. Essa será nossa fuga. Só eu e você ! - Carlos beijou-a mais uma vez, mas agora de um jeito urgente, e subiu na moto. Babi olhou para trás, viu a luz do seu quarto acesa e tocava uma música ao fundo. Sim, tinha que ser essa música. Throw it away, forget yesterday, we'll make the great escape ♫ 
  Ela colocou o capacete, subiu na moto, segurou em Carlos e sentiu um gostinho de liberdade através da velocidade em que a moto andava.
  - Acho que seis horas, é um bom horário para voltar para casa - ela disse em seu ouvido.



terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Just a summer love ?


  Olhava pela janela do carro, ouvindo o meu ipod e esperando ver o mar. Era verão e tudo o que conseguia pensar era nos minutos que faltavam para vê-lo. Morávamos na mesma cidade, a quilômetros dessa praia, chegamos a estudar no mesmo colégio, mas só quando nos encontramos nessa cidadezinha e descobrimos que nossas familias sempre passavam as férias de verão. Foi nesse momento em que tudo começou.
  Era muito mais que um amor de verão, mas muito menos que um namoro. Por mais que eu e ele morássemos na mesma cidade, quase nunca nos viámos, afinal São Paulo não é uma cidade pequena e sempre estavamos ocupados e com pressa.
  Só acordei dos meus devaneios quando meu irmão disse que a imensidão azul já podia ser avistada. Sem perceber meus olhos começaram a brilhar e meu coração a bater tão rápido e forte que pensei que fosse sair pela minha boca. Quando recebi umas mensagem de texto dele então, quase morri. Na mensagem dizia: "Você chega hoje, certo? Estarei te esperando no lugar de sempre." Perdi a conta de quantas vezes li e reli essa mensagem. E então o carro parou e nem acreditei que a partir de agora teria duas semanas só eu e ele.
*****
  O último dia da minha estadia chegara e não estava nem um pouco animada para a hora da despedida.
  Um pouco antes do pôr-do-sol, eu e ele saímos para caminhar na praia. Depois de andar um pouco parei. Eu precisava perguntar.
  - Gu, você se lembra de quando era apaixonado por mim e estudávamos na mesma escola? - ele afirmou com a cabeça - Lembra que eu nem ligava para você? - ele desviou o olhar - Eu me arrependo dessa última parte - ele me encarou, e eu olhei para os meus pés na areia. - Eu preciso saber se você ainda sente o mesmo por mim, desde aquela época.
  - Eu.. eu não sinto mais o mesmo por você, me desculpe - meus olhos embaçaram, não ia conseguir não chorar na frente dele. Então, ele me abraçou e levantou o meu queixo com uma das mãos para que olhasse nos meus olhos. - O que eu sinto por você hoje é muito maior e muito mais forte. E dessa vez vai ser diferente, eu te procurarei lá em sampa. - Ele enxugou minhas lágrimas - Eu te amo, Ana! - E se aproximou para me beijar.. Ah, era a primeira vez que ele me dizia isso, quase pulei em cima dele. Mas me controlei (6).


  O despertador toca e Ana acorda. Nãããão, fora apenas um sonho. Ana se virou na cama para tentar voltar àquele sonho, mas foi em vão. Então ela percebeu. Pulou da cama e pegou o celular. Precisava ligar para ele, e precisava fazer isso agora. Ela não queria que ele fosse apenas um amor de verão.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

If the moon fell down tonight..


  Hoje as pessoas estavam me sufocando. Não sei se era por mim, ou por todos; só sei que resolvi sair para "tomar um ar". Sem avisa ninguém, sai.
  A noite estava silenciosa e uma brisa chegou ao meu rosto, levantando o meu cabelo. Fechei os olhos e quando os abri, meu olhar se perdeu na esfera esbranquiçada no céu escuro. Mas, hoje a lua não estava solitária como acontece na minha terra natal, hoje a lua tinha milhares de estrelas ao seu lado. Tentei contá-las, mas me perdi depois da centésima. Sem perceber, me sentei na calçada em frente da casa da minha avó.
  - Paulinha, porque tu tais aqui sozinha? - nem o ouvi se aproximar, pudera, ele nascera aqui, num mundo onde o maior barulho eram as vacas mugindo.
  - Por nada, só precisava de um ar e a lua está tão linda hoje - não tirei os olhos do céu enquanto falava, mas sabia que ele me observava com curiosidade.
  - A lua? Não sabia que tu fosse tão.. - ele não terminou a frase - Não sabia que você tinha tempo para ver a lua na sua cidade grande.
  - As vezes me pergunto porque sempre tem poemas e textos sobre a lua, e nunca sobre o sol - ignorei suas provocações, e fiquei uns momentos em silêncio e ele não o quebrou - Será que é porque nós nos paremos mais com a lua do que com o sol? - Olhei para ele, e ele me encarava com uma cara de ponto de interrogação.
  - Sabe, a lua por ser tão pálida aparenta ser frágil, e ela é tão solitária nesse céu escuro, e mal consegue iluminar a noite, e bem a lua tem as suas fases.. Já o sol, é o Sol.
  - Entendo. E ouvindo as descrições da lua, pode até se encaixar numa pessoa...
  Houve mais um silêncio, eu com meus pensamentos e ele com os dele.
  - Que bom que a forma quase circular da lua, não me lembra os círculos perfeitos da geometria. - Agora eu o encarava com curiosidade - Mas, me lembra o movimento e a vida.. me lembra o novo. Sinto cheiro de vida, através do vento, e das folhas do mamoeiro sacudindo - ele vez uma pausa. - Sinto cheiro de vida.. mesmo através da minha dor.
  Deixei que suas palavras pairassem no ar, e quando eu abri minha boca para perguntar sobre essa dor que ele mencionara, e acho que ele percebeu no que eu estava pensando.
  - Paulinha.. vamos entrar, a May estava querendo falar com você - eu ia perguntar mesmo assim, mas preferi não tocar no assunto já que ele não queria falar. E entrei na casa acompanhada por ele.


Even if the moon fell down tonight...There'd be nothing to worry about at all because you make the whole world shine. As long as you're here everything will be alright.